Nascido em Recife, Pernambuco, é escritor e
performer. Participou de vários movimentos literários em Recife, desde 1979, na
época do casarão 7, Livro 7, nos tempos áureos do Beco da Fome e do DCE-UFPE na
Rua do Hospício.
É integrante do grupo de poetas boêmios; Erickson Luna,
Chico Espinhara (in memorian), Jorge Lopes, Hector Pellize, Heloísa Bandeira,
Luiz Carlos Monteiro, Lara, Fred Caminha, Celso Mesquita, Wilson Vieira, Joca
de Oliveira, Marcelo Mário Melo, Xico Sá, etc. Seus trabalhos circulam no meio
sindical, estudantil e popular.
É filiado a UBE - União Brasileira de Escritores - desde os
meados da década de 80 e, colaborou com os fanzines; Balaio de Gato, Caos,
Lítero Pessimista, Folha ao Vento, Proezicanteatroz, De Cara com A Poesia,
Poesia Descalça, Samsara, OVNI, etc.
Na década de 90, fez recitais no Espaço Antropófago com Ivan
Maia, Carlos Carlos, Marta Braga, Miró, Sílvio Romero, Humberto Felipe, Ivan
Marinho, Samuca e Jomard Muniz de Brito. É formado em sociologia pelo ITER-PE,
participou de oficinas de Hai Kai com Alice Ruiz, de contos com Marcelino
Freire.
Livros Publicados:
Sobre Vivência - Ed. Pirata – 1982; A Sinfonia dos Dois
Mundos (cordel) ITER/FAFIRE – 1984; Anartistas in Nuliverso – Festinverno
UNICAP – 1988; Antípoda – Ed. Escalafobética – DCE/UFPE – 1990; Conselho
Tutelar, Um Instrumento de Cidadania – COMDCA-1995; POE MAS - Ed. Escalafobética
– Espaço Pasárgada – 1999; POE MAS – Ed. Escalafobética – SINDSEP/PE – 2002;
Sempre Una pelo Rio Una – FASE/OXFAM - 2004; Haikais, Poemínimos e Senryus
(textos da oficina - org. Alice Ruiz – FCCR -2007; Hai Kaindo na Real &
Outros Poemas – SINTTEL/PE – 2008.
Fonte: Banco Cultural
Ah, Recife
Valmir Jordão
Dizem os bardos que uma cidade
é feita
de homens,
com várias mãos
e
o sentimento do mundo.
Assim Recife nasceu no cais
de um azul marinho e celestial,
onde suas artérias evocam:
Aurora, Saudade, Concórdia,
Soledade,
União, Prazeres, Alegria e Glória.
Mas nos deixa no chão,
atolados na lama
de sua indiferença aluviônica:
a ver navios com suas hordas
invasoras
e o Atlântico
como possibilidade
de saída...
Justiça total
Coca para os ricos
Cola para os pobres
Coca-cola é isso aí!
Feira de peixes
Olha o peixe !
Tratado, limpo, sadio
Eis o peixe !
Do mar, das marés e rios
Ê menina !
Cavalinha, sardinha, corvina
Ôi minha senhora!
Anchova, cavala, albacora
Quem compra não é tabaréu
Cioba, tainha, cação, xaréu
É uma pechincha de nada!
Agulha pampo, robalo, espada
Para a alegria do comprador;
Promoção de peixe voador!
Das sombras e solares
Valmir Jordão
De peixes in aquário
Das fadas
Justiça total
Valmir Jordão
Coca para os ricos
Cola para os pobres
Coca-cola é isso aí!
Feira de peixes
Valmir Jordão
Olha o peixe !
Tratado, limpo, sadio
Eis o peixe !
Do mar, das marés e rios
Ê menina !
Cavalinha, sardinha, corvina
Ôi minha senhora!
Anchova, cavala, albacora
Quem compra não é tabaréu
Cioba, tainha, cação, xaréu
É uma pechincha de nada!
Agulha pampo, robalo, espada
Para a alegria do comprador;
Promoção de peixe voador!
Das sombras e solares
Amanhecer no êxtase de um bode
Depois de um pós-monumental porre
E uma irritante voz
A desejar bom dia
Ignorando a tremenda mancada
Traduzida em mal-estar e epilepsia
E uma irritante voz
A desejar bom dia
Ignorando a tremenda mancada
Traduzida em mal-estar e epilepsia
Notícias de TV, cenas estúpidas
De baixarias e mediocridades
E no planalto,
Vários planos a nos arrebentar
Tráfico de drogas, de influências e
cumplicidade
Estado-positivo, governo-negativo
De um postal apresentando as capitanias
hereditárias
Que ainda cultivam
Essa wave-norte-américa-otária!
De baixarias e mediocridades
E no planalto,
Vários planos a nos arrebentar
Tráfico de drogas, de influências e
cumplicidade
Estado-positivo, governo-negativo
De um postal apresentando as capitanias
hereditárias
Que ainda cultivam
Essa wave-norte-américa-otária!
E cai a tarde, réus, vítimas em juízos
A deformar toda dignidade
E você sonha com a felicidade
Dizia o triste que a tristeza é bela
E o solitário: solidão é fera
Entre mendigos, shoppings e absurdos
Produz-se tudo com arbitrariedade
Consolidando o corporativismo
A deformar toda dignidade
E você sonha com a felicidade
Dizia o triste que a tristeza é bela
E o solitário: solidão é fera
Entre mendigos, shoppings e absurdos
Produz-se tudo com arbitrariedade
Consolidando o corporativismo
E as conseqüências são coincidências
A despistar
E as evidências ecoam na noite
Um escândalo, um homicídio
A distrair os corações urbanos
E a destruir a ilusão dos vândalos.
A despistar
E as evidências ecoam na noite
Um escândalo, um homicídio
A distrair os corações urbanos
E a destruir a ilusão dos vândalos.
Depois cigarro, good night, um tapa
Noturna láctea birinaite atômico
Nas avenidas cruéis, embates anacrônicos
Epidemia rima com cólera, malária
E consumismo sub-reptício
Legitimando o desejo canalha
Que ainda cultiva
Essa wave-norte-américa-otária.
Noturna láctea birinaite atômico
Nas avenidas cruéis, embates anacrônicos
Epidemia rima com cólera, malária
E consumismo sub-reptício
Legitimando o desejo canalha
Que ainda cultiva
Essa wave-norte-américa-otária.
De peixes in aquário
Valmir Jordão
Transição de Milenium,
Onde as diferenças são
Iguais
E todas as distâncias
Vizinhas.
A solução não é só líquida;
Fique peixe,
Que a era é de AQUÁRIO!
Iguais
E todas as distâncias
Vizinhas.
A solução não é só líquida;
Fique peixe,
Que a era é de AQUÁRIO!
Das fadas
Valmir Jordão
As fadas,
Com suas varinhas de condão
E seus pós brancos
Transmutam e exorcizam
Todo o mal e sua
Horda.
As fadas que habitam
Nos contos
São iguais a vocês:
As fadas são foda!
Com suas varinhas de condão
E seus pós brancos
Transmutam e exorcizam
Todo o mal e sua
Horda.
As fadas que habitam
Nos contos
São iguais a vocês:
As fadas são foda!
Grande Poeta! Noto um certo tom de melancolia em seus versos.Porém todos são belos.
ResponderExcluirGrande Poeta! Noto um certo tom de melancolia em seus versos.Porém todos são belos.
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